segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O destino e o caminho

Reza o Terceiro Mandamento: "Seu caminho importa mais que seu destino"
Em verdade vos digo, é o destino quem conduzirá o seu caminho.

E como se escolhe um destino ??? Por vários modos e atendendo a diversas variáveis, mas vamos resumi-las:
1) tempo disponível
2) dinheiro disponível
3) simpatias pessoais
4) experiência e forma física disponíveis

Comigo funciona assim: ouvi dizer que alguém falou que algum lugar é bom e então começo a correr atrás de mais informação, olho uma fotos e vejo uns mapas e decido se é possível ou não.




O primeiro trecho, Bariloche-San Martin de Los Andes é a famosa "Ruta de Los Siete Lagos". É um roteiro clássico (prá não dizer manjado), mas há que se lembrar que estou fora da estrada há 15 anos e a Alice, minha parceira de viagem, nunca fez uma viagem de bicicleta. Um pouco de prudência e canja de galinha não faz mal à ninguém. O restante do roteiro, porém, é mais original...

Cabe também considerar que em 1996 pedalei entre Bariloche e Punta Arenas pela "ciclovia" Carreteira Austral, no tempo em que a estrada ainda não fora terminada, a internet mal existia, o Google sequer havia sido fundado e o Hotmail ainda não havia sido comprado pela Microsoft. Vocês conseguem imaginar isso ???
Pois então, naquele tempo havia um mundo rodando em torno do Sol (disso nós já sabíamos!) e as bicicletas eram um invento bastante difundido na sociedade, contudo era necessário adivinhar o caminho e as condições das estradas, pois, em termos práticos, os melhores mapas disponíveis do exterior resumiam-se ao atlas da Enciclopédia Barsa !!!!! Eu já ia cometer a gafe de dizer que a Barsa tinha acabado, mas vejo que não acabou, ainda é vendida em formato multimídia. Uau !!! Não consigo entender como enciclopédias e a revista Playboy ainda sobrevivem...
O "defeitinho" daquele atlas é que ele só trazia mapas detalhados da América do Norte e da Europa... Enfim, adivinhava-se o caminho com o que se tinha e nem era justo reclamar pois minha situação era francamente melhor do que a de Cristóvão Colombo.

Chegando lá pude comprar um guia contendo mapas muito mais detalhados, guia este editado pela companhia telefônica do Chile... Não ouse perguntar, ora pois, por que uma companhia telefônica adentrar-se-ia por essa aventura editorial. Quando vi aquela brochura recheada com tudo o que precisava, trazendo todas as estradas, relevo, rios, cidades, povoados numa escala enorme, a última coisa que me ocorreu foi perguntar o porquê.

Voltando ao assunto inicial, acabamos por escolher um roteiro mais ou menos light (espero de todo o coração que seja mesmo), não é uma planície, mas o terreno não é tão acidentado que chegue a assustar, tem boa estrutura de apoio nas cidades, é meio conhecido pois pedalei em parte do caminho e fica numa região de beleza notável. Serão uns 700 km de percurso, dá até tempo de tirar dois ou três dias de descanso, se necessário. Se a chuva não atrapalhar muito, será muito bom.
Este roteiro também é compatível com o tempo que dispomos -- duas semanas -- pois não somos nem estudantes nem aposentados. Ainda não... mas logo chego lá. Prometo que serei um velhinho power, capaz de pedalar 100 km por dia. E estacionarei nas vagas para idosos dando cavalinho de pau hehe.

4 comentários:

Beatriz disse...

pecezola!! não consigo te imaginar dando cavalinho de pau em estacionamento de idoso. tu tá é fazendo onde de politicamente incorreto. cão q ladra não morde!!

Paulo Cesar Fabro disse...

É, Bia, por ora não seria mesmo capaz de fazer isso. Mas até lá posso mudar e melhorar rsrs

Anônimo disse...

Vai pedalar tudo isso???? Não imagina que era tanto assim....

Paulo Cesar Fabro disse...

Isso não é muito, Lísias. 700 km em duas semanas, com uns dois dias de descanso, dá uma média de 60 a 70 km diários. Ou seja, umas 6 horas de calmas pedaladas, se não houver uma subidas muito grandes.